17/04/13

Duarte Gomes opina sobre a falta de policiamento nos jogos não profissionais





Depois de ter sido hoje publicada em diário da república a obrigatoriedade dos clubes terem policiamento nos jogos considerados profissionais, decisão que entra em vigor amanhã, o árbitro Duarte Gomes utilizou a rede social facebook para dar a sua opinião sobre a falta de policiamento nos jogos 'não profissionais'.

Este é o texto que o árbitro internacional português, natural do Funchal mas pertencente à AF Lisboa, escreveu na sua conta:

"A falta de policiamento nas competições não profissionais (jogos das segundas e terceiras divisões nacionais, escalões jovens, distritais e regionais, futebol feminino, futsal...) continua a ser um problema grave, real e que urge resolver. A falta de segurança das equipas de arbitragem que atuam nesses escalões, muitas delas ainda jovens e em plena formação, leva a que frequentemente sejam alvo da ira irracional e despropositada de quem vai ver um jogo de futebol apenas com o objetivo de participar num combate de boxe. Mas essa é apenas uma das preocupações. Porque na verdade, é também a segurança de jogadores, dirigentes e dos próprios adeptos que está em causa. A inexistência de policiamento no espetáculo desportivo que mais adeptos e emoções desperta num povo, mais não é do que um mero convite à violência. Uma carta branca para que se possa insultar, bater, magoar e atacar sem vigia, sem controlo, sem regras. É o desvirtuar pleno duma sociedade que vive com regras mas que permite o caos aos animais mascarados de gente. E os animais têm de facto feito, semanalmente, aquilo que melhor os carateriza: comportarem-se de forma absolutamente selvagem, irracional e sem consciência. E mais uma vez se adivinha que as decisões de fundo se tomem apenas quando uma verdadeira catástrofe acontecer e alguém inocente perder a sua vida num jogo de bola. Ou talvez não. Porque os árbitros do futebol profissional à muito que estão atentos ao lavar de mãos constante de quem tem elevadas responsabilidades nesta matéria (e são muitos os que podem mudar o rumo das coisas) e, da forma mais adequada, ponderada e estrategicamente alinhavada possível, estão ao lado dos seus colegas e, de um modo geral, ao lado de todos aqueles que querem apenas assistir a um bom jogo de futebol. Sabemos como contribuir para o fim das agressões. Esperamos que os outros também saibam."

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